9d com Datafolha: Golpes virtuais atingem 1/3 dos brasileiros e envolvem R$ 112 bi em 1 ano
O ambiente digital tornou-se o novo campo de atuação dos crimes patrimoniais no Brasil. Uma pesquisa do Datafolha, encomendada pelo Fórum Brasileiro de Segurança Pública e divulgada nesta quinta-feira (14), revela que um em cada três brasileiros foi vítima de golpe virtual com prejuízo financeiro nos últimos 12 meses — o que equivale a 56 milhões de pessoas.
O impacto estimado é de R$ 111,9 bilhões, envolvendo esquemas que vão desde fraudes no Pix e boletos falsos até compras online não entregues e clonagem de cartões. As conclusões foram publicadas pela Folha de S. Paulo.
O levantamento, que ouviu mais de 2 mil pessoas em 130 municípios, revela que o crime se adaptou rapidamente ao avanço da tecnologia e ao uso massivo de smartphones. Além disso, o roubo de celulares não é apenas um crime isolado: segundo o estudo, ele aumenta em quase quatro vezes a chance de o proprietário se tornar alvo de golpes digitais.


Influenciador paraibano é investigado por suposta exposição e exploração de menores; equipamentos eletrônicos foram apreendidos

Artur Gomes da Silva Neto, servidor de carreira da Sefaz-SP, é apontado pelo MP como “gênio do crime” em operação que prendeu também dono da Ultrafarma e executivo da Fast Shop
Facções digitaisO estudo aponta que facções como o Primeiro Comando da Capital (PCC) e o Comando Vermelho (CV) transformaram os golpes virtuais em uma nova fonte de receita, operando com estruturas que vão além das ligações feitas a partir dos presídios.
Centrais telefônicas clandestinas e esquemas de fraude bancária, envolvendo Pix, WhatsApp e cartões clonados, têm sido usados tanto para ampliar lucros quanto para lavar dinheiro do tráfico.
Para Renato Sérgio de Lima, diretor do Fórum Brasileiro de Segurança Pública e ouvido pelo jornal, o crime virtual já é peça-chave nas finanças dessas organizações. “Antes, o PCC usava a maconha como capital de giro da cocaína. Hoje, é o ouro, o desmatamento e o crime virtual. E o Estado está pouquíssimo aparelhado para lidar com isso”, afirmou.
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Alvos selecionadosDiferente do que se imagina, golpes virtuais não ocorrem ao acaso. O Datafolha aponta que criminosos miram cada vez mais pessoas de maior renda. Nas classes A/B, 27,6% dos entrevistados disseram ter sido vítimas de chantagem com base em dados pessoais nos últimos 12 meses, contra 16,4% nas classes C/D/E.
A soltura ocorreu porque o MP-SP não solicitou a prorrogação das prisões temporárias. Já o auditor fiscal Arthur Gomes da Silva Neto, supervisor da Diretoria de Fiscalização (Difis) e apontado como principal operador do esquema, teve a prisão prorrogada pela Justiça. Outro fiscal investigado e o empresário Celso Éder permanecem presos. A esposa de Celso, Tatiane Araújo, foi liberada.
Ele publicou um vídeo intitulado “adultização”, no qual expõe Hytalo por suposta exploração e exposição de menores de idade em conteúdos para redes sociais. O vídeo de 50 minutos alcançou mais de 40,5 milhões de visualizações em apenas 8 dias.
O mesmo padrão se repete em compras não entregues e produtos falsificados adquiridos online, com prevalência maior entre os mais ricos e escolarizados. “O crime está escolhendo quem atacar”, resume Lima.
Apesar da migração para o meio digital, crimes presenciais continuam a afetar milhões de brasileiros. O levantamento indica que 21,8% da população adulta sofreu algum tipo de crime patrimonial com contato físico no último ano, como roubos, assaltos e sequestros-relâmpago.
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O roubo ou furto de celular, por exemplo, atingiu 99d com,3% dos entrevistados, resultando em um prejuízo médio de R$ 1.700 por vítima — um total estimado de R$ 26,7 bilhões.