O empresário Sidney Oliveira, dono da Ultrafarma, foi preso temporariamente na última terça-feira (12), na Operação Ícaro, do Ministério Público de São Paulo (MP-SP). A ação apura um esquema de corrupção envolvendo auditores fiscais tributários da Secretaria da Fazenda do Estado de São Paulo (Sefaz-SP), que teriam recebido mais de R$ 1 bilhão em propinas para favorecer empresas do setor de varejo.

Além de Sidney, foram presos o executivo Mário Otávio Gomes, diretor estatutário da Fast Shop, rede especializada no comércio de eletrodomésticos e eletrônicos, e o auditor fiscal Artur Gomes da Silva Neto, da Secretaria da Fazenda e Planejamento (Sefaz-SP).

Veja abaixo o que já se sabe sobre a prisão do dono da Ultrafarma.

BAIXE AQUI DE GRAÇA Quem são e o que dizem os envolvidos?

Sidney Oliveira começou a trabalhar em uma farmácia aos 12 anos, mas alcançou sucesso nos negócios no início dos anos 2000, ao fundar a Ultrafarma, que hoje possui seis unidades próprias e mais de 400 licenciadas.

Mário Otávio Gomes trabalha na Fast Shop há mais de 30 anos e ocupa o cargo de diretor estatutário — que pode ser responsabilizado por prejuízos causados por má gestão ou dolo — desde 2014.

Já Artur Gomes da Silva Neto é supervisor da Diretoria de Fiscalização (Difis) da Sefaz-SP.

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O Estadão busca contato com as defesas dos envolvidos. Em nota, a Fast Shop informou que ainda não teve acesso à investigação e que está colaborando com as autoridades competentes. A Ultrafarma não havia se manifestado até a publicação deste texto.

Quem faz a seleção é a consultoria norte-americana Henley & Partners, que mede a força dos passaportes pelo número de destinos aos quais eles permitem o acesso sem a necessidade de visto. No total, são analisados 199 passaportes e 227 destinos.

Com o lema “coma, recarregue e assista”, o espaço foi projetado como uma área de recarga para veículos elétricos, onde os clientes também podem fazer refeições e assistir a filmes em um telão ao ar livre, no estilo drive-in.

O que é investigado?

A investigação começou após uma evolução patrimonial atípica da empresa Smart Tax, registrada em nome da mãe de Artur. O patrimônio da empresa saltou de R$ 411 mil em 2021 para R$ 2 bilhões em 2024, o que chamou a atenção do MP-SP, já que a empresa não tinha funcionários e tinha apenas a Fast Shop como cliente.

De acordo com o MP-SP, o fiscal manipulava processos administrativos para facilitar a quitação de créditos tributários às empresas. Em contrapartida, essas companhias pagavam um valor a Artur por meio da Smart Tax.

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Por que Sidney foi preso?

Sidney foi preso temporariamente na Operação Ícaro porque a Ultrafarma está implicada no inquérito. Os investigadores do MP-SP encontraram centenas de e-mails trocados entre o dono da Ultrafarma, funcionários da empresa e Artur.

Segundo o MP-SP, Artur tinha até mesmo o certificado digital da Ultrafarma para protocolar pedidos de ressarcimento em nome da empresa junto à Sefaz.

O órgão também apontou que o fiscal pagou R$ 1,2 milhão ao advogado Fernando Capez — ex-procurador de Justiça e ex-deputado estadual — para defender Sidney em uma investigação. Ele também teria convencido o empresário a fechar um Acordo de Não Persecução Penal (ANPP) para encerrar a investigação e ocultar sua participação em crimes praticados pelo dono da Ultrafarma.

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Até quando ele ficará preso?

Sidney passou por audiência de custódia na quarta-feira (13) e teve sua prisão temporária mantida pela Justiça de São Paulo. Por lei, a prisão temporária tem prazo inicial de cinco dias.

De acordo com o MP-SP, a medida foi necessária porque funcionários da Ultrafarma serão ouvidos pelo órgão e, caso estivesse em liberdade, o empresário poderia pressionar ou intimidar seus subordinados. Esse argumento também foi utilizado para justificar a prisão de Mário.

Quais empresas estão envolvidas?

A investigação do MP-SP também envolve outras varejistas suspeitas de financiarem o esquema de corrupção.

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O Grupo Nós, dono das lojas de conveniência Oxxo; a Rede 289d.com, de postos de combustíveis; a Kalunga, rede de papelaria e material de escritório; e a distribuidora All Mix também são citadas na investigação.